sábado, 22 de agosto de 2009

Sobre o Guigó de Sergipe

Conservação do macaco Guigó
O macaco Guigó, Callicebuscoimbrai, tem registros de incidência nos municípios sergipanos de Estância, Indiaroba. Há também registros na região Norte da Bahia.. Descoberto em 1999 na região de Mata Atlântica pelos pesquisadores Kobayashi e Langguth. O guigó é o último primata descoberto na Mata Atlântica. É uma das mais recentes espécies de primatas neotropicais reconhecidas pela Ciência, descrita em 1999 pelos pesquisadores S. Kobayashi e Alfredo Langguth.

Primata criticamente em perigo
O guigó Sergipano é o último primata descoberto na Mata Atlântica. É uma das mais recentes espécies de primatas neotropicais reconhecidas pela ciência, descrita em 1999 pelos pesquisadores S. Kobayashi e Alfredo Langguth. O Callicebus coimbrai ocorre em reduzidos remanescentes de mata no estado do Sergipe e norte da Bahia. Atualmente, o guigó é reconhecido como uma das espécies de primata mais ameaçadas de todo o continente americano, constando entre as 26 espécies de primatas da lista da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção nas listas brasileira (Ibama/MMA) e considerada “Criticamente em Perigo” pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), que reconhece apenas 10 espécies no Brasil nesta condição. A perda de habitat é a principal causa para o risco de extinção da espécie, situação que é agravada pela prática da caça e pelo corte seletivo de madeira que diminui a qualidade dos habitat remanescentes e acentua a pressão para o declínio de suas populações.
.Isso por causa da prática e culturas produtivas e da caça nas áreas onde eles vivem. O macaco Guigó de Sergipe, se tornou um animal que vem despertando a atenção e a curiosidade de pesquisadores de todo o país e precisa ter uma atenção especial da população das áreas em que vive, para evitar a extinção.
O Guigó tem em média 1,2 quilos, 82 centímetros de cumprimento, sendo 46 cm de cauda e é o último primata descoberto na Mata Atlântica. Conforme levantamentos já realizados por técnicos, eles vivem até 25 anos em cativeiro, onde as fêmeas têm capacidade para reproduzir apenas um filhote por gestação. O macaco se alimenta de frutas, folhas, invertebrados, pequenos vertebrados e aves. O Guigó vem se tornando símbolo do Estado, e este processo está ajudando a preservar diversas áreas de Mata Atlântica em Sergipe. Conhecido pela ciência somente a partir de 1999, o guigó-de-sergipe habita as áreas florestadas de Sergipe e do Norte da Bahia. Vive nas matas úmidas do litoral atlântico, mas também pode ser encontrado em algumas matas secas do interior do Estado. Geralmente explora o estrato intermediário da floresta, no qual passa boa parte do tempo protegido em meio à folhagem das árvores. Alimenta-se de frutos, brotos de folhas e flores que colhe nas árvores, além de insetos e outros pequenos animais invertebrados e vertebrados.
O Projeto
O “Projeto guigó-de-sergipe” começou em 2001 a partir da necessidade de preencher lacunas de conhecimentos e de ações de conservação. Procurou obter dados sobre a espécie, iniciando os estudos sobre a distribuição do primata, conhecendo as suas áreas de ocorrência e continua em busca de dados sobre a sua ecologia. Atualmente, as atividades deste projeto estão ordenadas em três linhas de ação. A primeira é o desenvolvimento de estudos para ampliar o conhecimento científico sobre o guigó e seus habitat. O mapeamento das populações remanescentes da espécie, que já possibilitou conhecer mais de trinta áreas de sua ocorrência e as principais ameaça a que estão expostas, além de realizar a primeira estimativa do número de indivíduos na natureza (500 a mil), continua sendo realizado. Outros estudos em andamento estão caracterizando os habitat em que o guigó vive, detalhando seu comportamento e alimentação, e desvendando sua variabilidade genética. A segunda linha de ação refere-se à proteção das áreas de ocorrência da espécie. “Um dos principais avanços é o reconhecimento de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), algumas das quais estão em fase final de tramitação, e representam as primeiras áreas protegidas que abrigam o guigó, por iniciativa de seus proprietários
Aproveitando o carisma que um primata apresenta em relação a maior parte dos animais, o fato de ter sido o último primata descrito no século XX na Mata Atlântica, de ocorrer em um ambiente alterado e legalmente desprotegido e a necessidade urgente de interferir na percepção e valores ambientais das comunidades e instituições do Estado, convocamos e mobilizamos a sociedade para o envolvimento na proteção da espécie e de suas áreas de ocorrência e a assumir também a responsabilidade de salvaguardar um “conterrâneo” descoberto pela ciência no limiar da extinção.
A motivação, responsabilidade e participação de todos em defesa do primata e de seu habitat, e o papel das comunidades, lideranças, proprietários e do poder público estão sendo decisivos para a manutenção e êxito das ações de conhecimento e proteção das espécies ameaçadas de extinção, em especial do guigó-de-sergipe. Voltado para as espécies Callicebus coimbrai e Callicebus barbarabrownae, sua área de atuação abrange todo estado de Sergipe e Norte da Bahia. Entre 2004 e 2006 foram realizadas seis expedições para inventário e mapeamento das populações remanescentes destas espécies, complementadas com seis viagens para coleta específica de dados e de material biológico, totalizando 55 dias de trabalhos de campo, durante os quais foram vistoriadas mais de 150 áreas, cobrindo praticamente todos os municípios de Sergipe, em mais de 10.000 Km de percurso.
Como resultado foram identificadas 65 populações além das 16 anteriormente conhecidas para Callicebus coimbrai, 20 delas com registros confirmados de avistamento. Com os dados coletados foi possível selecionar sete áreas para proposição de uma unidade de conservação, com base em critérios rigidamente científicos.
Os primeiros resultados destes estudos foram apresentados no XI Congresso Brasileiro de Primatologia e geraram até o momento um artigo científico publicado no periódico Primate Conservation, além de participações no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e no livro Evolutionary Biology and Conservation of Titis, Sakis and Uacaris, ambos em fase de edição. Um projeto de doutoramento e outro de iniciação científica do Programa PIBIC - CNPq/IBAMA, associados ao Projeto Guigó, estão em curso.
Um Acordo de Cooperação Técnica assinado em março de 2006 formalizou um arranjo de parcerias para o desenvolvimento de ações integradas de conservação para o Callicebus coimbrai em Sergipe, envolvendo o CPB, a Superintendência do Ibama em Sergipe (SUPES-SE), a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (CODEVASF).
A partir deste Acordo foram iniciados estudos sobre ecologia comportamental e abundância populacional de Callicebus coimbrai, assim como um estudo de caracterização florística das áreas de ocorrência da espécie na Mata Atlântica de Sergipe, com especial ênfase para as áreas selecionadas para a proposta de unidade de conservação.
Com o suporte da CODEVASF estão sendo desenvolvidas ações para inclusão de comunidades locais no processo de conservação dos guigós, que incluem no norte de Sergipe a implementação de alternativas economicamente viáveis, como apicultura, visando à manutenção, recomposição e conexão de áreas com ocorrência da espécie.
Três áreas de ocorrência do guigó identificadas pelo projeto estão recebendo especial atenção por parte do ICMBio, para seu reconhecimento como Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Uma quarta área, a mata da Fazenda Castelo, foi reconhecida no final de 2006.
O conjunto de informações geradas a partir dos estudos desenvolvidos neste projeto, assim como as ações já em implementação, permitem a elaboração de um plano de conservação para ambas espécies, o que poderá ser feito em 2007.
Classificação Zoológica e Descrição
Família:
Pitheciidae
Gênero:
Callicebus
Espécie:
Callicebus coimbrai
Nome Popular: guigó-de-coimbra-filho, sauá-coimbra
Autor: Kobayashi & Langguth, 1999
Descrição:Fronte, coroa e orelhas negras, corpo amarelado e cauda laranja. Costeletas, bochechas, parte posterior da cabeça e nuca de coloração amarela clara. Metade anterior do dorso com padrão listrado.

Distribuição e Habitat
Distribuição:
Endêmica ao Brasil: Sim
Bioma: Mata Atlântica
Unidade de Conservação: Sem informações da presença deste primata em UC Federal.
Habitat Descrição:
Ocorrência nos Estados: SE - BA

Outras Características
Dieta: Frutos (principalmente), folhas, insetos.
Peso: 1.003-1.030g
Locomoção: Movimenta-se utilizando os quatro membros em passos regulares e também aos saltos.
Tamanho do Corpo: Comprimento cabeça-corpo= 343-360mm; Comprimento cauda= 453-484mm.
Reprodução: Atinge a maturidade sexual por volta dos 30 meses.
A gestação dura cerca de 155 dias, nascendo geralmente um filhote.

Estado de Conservação
Ameaçada: Sim
Grau de Ameaça: Criticamente em perigo
Motivo da Ameaça:
Lista CITES: Não
Lista IUCN: Sim

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