segunda-feira, 14 de julho de 2008

Situação do Guigó na mata jundo

Guigó e Mata Atlântica em SE são temas de debate em conferência Data: 22/03/2006
A situação do macaco Guigó e da Mata Atlântica em Sergipe será debatida dentro da programação da 8ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, (COP-8), realizada em Curitiba (PR), no período de 25 a 31 de março. O ambientalista e membro da Rede Nacional Mata Atlântica, Lizaldo Vieira, viajará para a capital paranaense dia 24, a fim de participar dos grupos temáticos da Rede de ONG's da Mata Atlântica. Ele apresentará a situação do macaco Guigó, prestes a entrar na lista entre as 10 espécies em extinção do mundo. Na oportunidade, será lançado o livro "Mata Atlântica - Uma Rede pela Floresta", que abordará a diversidade do bioma, variedade e pluralidade das populações que abrange os 17 estados onde a Mata Atlântica está presente, inclusive Sergipe.
Conforme Lizaldo Vieira, o macaco Guigó foi descoberto recentemente, mas está prestes a entrar em extinção, por conta da devastação da Mata Atlântica, habitat natural do primata. Como forma de alertar as autoridades nacionais para o problema, o ambientalista levará o tema para a Conferência, a fim de que medidas efetivas sejam tomadas. "Nossa tarefa é representar Sergipe e chamar atenção das autoridades para que a Mata Atlântica não seja riscada do nosso mapa, como conseqüência, as espécies que dela tiram o sustento", afirmou.
Há representações do macaco Guigó somente em pontos da foz do Rio São Francisco e em Indiaroba, além de uma região na Bahia. O biólogo Marcelo Cardoso de Souza vem estudando o macaco há seis anos, depois que em 1999 o Guigó foi descoberta por dois pesquisadores estrangeiros, mas pouco se sabe sobre os costumes do macaco. "Se não fizermos nada, estaremos colocando em risco tanto a Mata Atlântica como a população do macaco no Estado", completou.
Habitat natural devastado - O Ibama lançou esse mês um projeto em defesa do macaco, porém o habitat natural, a Mata Atlântica, ainda vem sendo devastada. Em uma área estadual de 22.050,40 km², apenas 5.750 km² são cobertos por ecossistemas de Mata Atlântica, compreendendo uma faixa litorânea de 40 km² (litoral/ interior), desde a foz do São Francisco até a região de Mangue Seco, na Bahia.
As principais representações da Mata Atlântica estão presentes na Mata do Junco (município de Capela) e Mata do Crasto (município de Santa Luzia do Itanhi), embora, remanescentes da mata possam ser encontradas em Pirambu, Itabaiana, Estância, Itaporanga e Pacatuba.
Mesmo com a presença de reminiscência da mata, os locais mais representativos do Estado não possuem proteção e vêm sendo constantemente degradados através da retirada de lenha para serem utilizadas nas padarias, especulações imobiliárias, assentamentos rurais, despejos de dejetos nos rios e desmatamento para dar lugar à pastagem. "Estamos chegando numa situação preocupante, num estado primitivo. Infelizmente o controle é muito difícil, mas existem saídas, a exemplo de criação de unidades de preservação permanente", destacou Lizaldo Vieira, coordenador geral do Movimento Popular Ecológico de Sergipe e membro da coordenação Nacional da Rede Mata Atlântica.
Ele destacou que no litoral Norte a principal causa de devastação das áreas remanescentes da Mata Atlântica é por conta da criação de gado. Já no litoral Sul, a especulação imobiliária é apontada como o principal agente devastador. Lizaldo Vieira observou ainda que o manguezal é o principal ecossistema integrante da Mata Atlântica no Estado, por conseguinte, é o que mais sofre com a ação do homem, principalmente na Grande Aracaju. "A Mata do Junco, em Capela, está inserida numa região de conflito que fica difícil preservar. Existe lá um acampamento do Movimento Sem-Terra. Em Aracaju o problema é imobiliário, como no litoral Sul", destacou.
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